Abri os olhos, mas não pude ver nada, pois o lugar
estava um breu.
“Por que em minha mente só havia tulipas brancas?
Como vim parar aqui?”
- Vy?!
Eu conheço essa voz!
-Quem é você?! E como sabe meu apelido?! –perguntei
exasperada. Nossa que pergunta besta.
- Vyollett, é o Jack! Você esta bem?! Por favor, diz
que ele não fez nada com você!
Ah! Jack?!
- Ai Meu Deus! Onde estamos? Ele quem? Como viemos
parar aqui? Cadê você? Não estou te
vendo! – estava quase chorando de desespero.
- Ora, ora. Quantas perguntas... Vy!
Virei-me rápido em direção a voz, quase fiquei sega
com a claridade q vinha de fora. Pisquei algumas vezes para minha visão se
acostumar.
- Naythan?! O que faz aqui?! – perguntei perplexa.
- Pergunta errada. - disse tranquilo. – A pergunta certa
seria o que você esta fazendo aqui.
Mas não se preocupe, irei respondê-la. – disse em tom irônico.
- O que você pretende com isso? Já não bastam as
décadas de perseguição? – Jack parecia cansado.
Não ver o Jack esta me deixando preocupada, mas algo
em minha mente diz que é melhor assim.
- Bem, como interrompeu-me querido irmão, vou direto
ao ponto.
Estou com medo...
- Estenda a mão Vy. – Naythan parecia tão calmo e
isso assustava-me mais, mesmo não conhecendo-o .
- Não! – da onde veio essa minha coragem?!
- Que garota desconfiada. - esse seu tom de voz esta
me irritando. – Se não estender irei pega-la eu mesmo.
Respirei fundo, esperei alguns segundos, e estendi
minha mão esquerda. Ele a segurou com força e tirou do bolso de trás de sua
calça jeans preta, uma adaga com aspecto medieval.
Meu coração disparou, tentei soltar minha mão, mas
ele a apertou. Meu peito subia e descia rapidamente.
Quando ele enterrou a adaga na palma de minha mão.
Gritei desvencilhando-me de seus dedos. Lagrimas de dor escorriam pela minha
face e caiam sob minha mão ensanguentada.
- Por que fez isso?! –disse em meio aos soluços.
Ouvi correntes se chocando uma nas outras. Virei-me
para o fundo da caverna – ou sei lá o que era aquilo. Não pude ver nada, mas já
sabia quem era: Jack!
Corri para o fundo da “caverna”, a escuridão
dominou-me completamente.
- Jack, cadê você? - gritei.
- Não chegue perto! É isso que ele quer!
- Por favor, deixe eu te ajudar! - estava
implorando.
- Não! Posso te matar.
Suas palavras atingiram-me de tal forma que parei
imediatamente. Como assim?
- Vai embora. – ele precisava de mim de uma forma
que não estava entendendo.
- Eu quero te ajudar, me...
- Vamos Jack! Libere seu eu verdadeiro! – Naythan
gritou furioso.
- Para! Eu posso matá-la!
- Se isso acontecer, nós arrumamos outra. Elas nunca
foram importantes para você, por que essa seria diferente?
Estou chocada, assustada, com medo e dor, muita dor.
- Isso é só... Diversão pra você... Não é? – disse Jack ofegante.
- Não, é muito mais que isso. Vamos! Se não fizer,
eu faço, mas não vai ser bom para ela.
Minhas pernas não se moviam, minha mente diz para
sair correndo, mas meu coração... Mesmo assim dei alguns passos pra trás. Só
senti as enormes mãos de Naythan agarrando meu cabelo e jogando-me contra o
chão frio, um hálito doce invadiu minhas narinas, o reconheci de imediato.
- Se posso mesmo te ajudar, me diz o que tenho que
fazer. – sussurrei.
- Mas poderia morrer.
- Confio em você, apesar desse seu segredo. – lágrimas
escorriam.
- Tu-tudo bem... Estenda sua mão machucada, até
sentir minha respiração.
Estiquei meu braço para o alto, sabia que sua
respiração estava perto.
Sua língua roçou minha mão, a estendi um pouco mais
e ele a lambeu. Então eu entendi! E isso deu-me mais medo, mas de uma forma
estranha confiava em Jack, ao ponto de entregar-lhe meu pulso.
Parecia que agulhas estavam entrando, a mesma dor de
meu sonho. Mordi o lábio inferior para conter o grito, mesmo assim alguns
gemidos saíram. Estava perdendo os sentidos e meu corpo ficando mole, quando
ele soltou meu pulso e eu cai... Estava fraca e meu corpo pesado, queria fechar
os olhos e dormir eternamente, ouvi correntes se chocarem contra o chão e
apaguei...
Um vampiro... Um vampiro... Um vampiro... Ele é um
vampiro...
Minha cabeça doía, minha visão estava embasada, mãos
gélidas agarravam-me com força...
- Ja-Jack... – minha voz não saia.
- Descanse meu anjo, vai ficar tudo bem. Já estamos
chegando. – sua voz soava calma, mas no fundo preocupada.
Olhai para o alto e vi um céu cinza, com nuvens
carregadas. Fechei meus olhos.
Abri os olhos lentamente, a claridade incomodou e eu
pisquei algumas vezes. Reconheci a cortina que tamborilava com o vento que
vinha da janela aberta, estava em meu quarto na pensão. Sentei na cama
colocando a mão na cabeça, ela doía, mas meu pulso mais. Olhei para o lado e o
vi.
Jack estava sentado como uma estátua, olhando além
da janela.
- O que houve? – disse olhando meu pulso.
- Ainda dói? – ele estava distante.
- Um pouco.
- Tem que descansar, vou embora para você dormir. –
já estava levantando.
- Não! Não vá! – meus olhos encheram de lágrima. –
Estou assustada e não quero ficar sozinha.
Ele veio em direção a minha cama e sentou, colocou a
mão sobre meu joelho afagando. Coloquei minha mão sobre a dele, ambas estavam
gélidas.
- Você é mesmo o que minha mente esta gritando?
- O que ela esta gritando?
- Que eu devia ter medo e manter distancia, mas não
é isso que meu coração... Vampiro...
Olhei em seus olhos, não precisava dizer mais nada.
- Meus Deus! Estou sem ar! – estava ofegando, meu
pulmão iria explodir.
- Vy! Não desmaia, olha para mim!
Encolhi minhas pernas contra o peito. Por que isso?
Isso não existe! Vou vomitar!
- Minha cabeça, dói! - disse meio aos gemidos.
Jack envolveu-me em um abraço apertado.
- É por isso que não posso ficar aqui, sempre vou te
machucar, sempre vai correr perigo, vai estar sempre na incerteza de confiar ou
não em mim. Não quero que passe por isso, quero que tenha uma adolescência
tranquila, um... namorado romântico que te faça feliz. Uma vida normal.
- Mas e seu eu não quiser isso?
- Você não sabe o que diz!
- Sei o que quero. – disse convicta.
Ele riu e balançou a cabeça.
- Quando que você vai deixar de ser teimosa?
- Nunca. – disse com um sorriso nos lábios.
O afastei um pouco para olhar em seus olhos.
Aproximei meu rosto ao seu, sentindo sua respiração, selei nossos lábios de
forma delicada.
Jack agarrou minha nuca com força beijando-me com intensidade,
enquanto afagava seu cabelo macio. Ele segurou minha cintura puxando-me mais
para si, aconchegando-me em seu colo. Coloquei minhas mãos dentro de sua
jaqueta de couro, senti seus músculos se movendo sob a fina blusa branca. Ele
tirou a jaqueta com um sorriso malicioso nos lábios. Sua mão foi em direção
minha camiseta. Parou de beijar-me e afastou o rosto um pouco.
- Posso? – sua respiração estava acelerada.
Fiz que sim lentamente com a cabeça, mordendo o
lábio inferior.
Sua mão invadiu minha camiseta, subindo e descendo
por minhas costas, arrepiando-me. Gemi prazerosamente. Queria que isso nunca
acabasse essa sensação de segurança e prazer. Começou a dar selinhos em meu
pescoço, estendi minha cabeça. Sua boca voltou-se novamente a minha, mordendo
levemente. Minha respiração acelerou junto aos meus gemidos e ele sorriu.
Meu coração batia tão acelerado que parecia que iria
explodir.
- Você vai ter um infarto. – disse se divertindo.
Comecei a rir, fazendo-o rir também. Quando paramos
ainda fiquei em seu colo alguns minutos, ambos calados, rostos a alguns
centímetros de distancia.
- Gosto estranhamente de você. – vou ter um ataque cardíaco.
Jack puxou meu
rosto e beijou minha testa. Meu coração martelava tão alto que era difícil
ouvir seu riso baixo. Ele se afastou.
- Temia que
dissesse isso...
- Eu também...
“Que diabos
estava pensando para dizer uma besteira dessas?”
Cai de lado na
cama e olhei pela janela. Uma lágrima traiçoeira caiu.
- Droga. – disse
aos sussurros.
- Desculpe meu
anjo, é só...
Ele deitou ao
meu lado e acariciou meu rosto.
![]() |
| Desculpe por não ser parecido com meus personagens, mas achei essa imagem tão "Awwwwwn" =^.^= |
- Por que o que
disse antes é verdade, mas resistir a você está sendo mais difícil do que
imaginava. – sorriu.
- Oh! Não era
minha intenção! – mordi meu lábio inferior. – Hum... Que horas são?
Jack colocou a
mão embaixo do travesseiro e tirou meu celular.
- Uma e meia da
tarde.
MEU SENHOR!!!
- A aula já
acabou, o almoço já passou, o que faremos agora? – você n vai escapar das minhas
perguntas.
- Posso te
levar... Droga!
Nisso ouvi
batidas de leve na porta.
- Vy, você esta
ai? A porta esta trancada! – Miliett tentado ser discreta, difícil.
- Já vou!
Levantei e fui
em direção a porta, quanto olhei para a cama ele já não estava mais lá. “Droga!”
Fiz uma cara de “acabei de levantar” e abri a porta.
- Meu Deus! Onde
tu se meteu?! Ficamos quase loucas de preocupação! Liguei umas quinhentas vezes
no seu celular e só dava desligado! Você queria nos matar de susto?! –ela não
respirou para falar isso tudo.
- Hey, calma!
Tive uns problemas, não estava me sentindo bem, então fui para fora respirar,
encontrei o clube de jardinagem... O clube de jardinagem! – estava me lembrando!
- Oi?
- Na-Nada... Então,
fui até lá e acho que desmaiei, pois acordei aqui com a enfermeira da pensão. E
daqui a pouco ela vai cobrar as visitas que faz para nós hehe. – ri nervosa.
- Poderia ter
avisado depois que acordou! – disse fazendo beicinho.
- Awwwn amiga,
desculpe! – a abracei apertado.
- Okay! Com esse
abraço eu te perdoo!
- Linda! – disse
piscando.
Ela terminou de
entrar no quarto e sentou em sua cama.
- Vou me trocar
e descer para comer algo. Okay? – precisava respirar.
- Quer que eu vá
junto? – precisava despista-la.
- Não, esta tudo
bem, prometo não demorar!
- Não confio no
que esta me dizendo, mas tá.
- Prometo!
Palavra de escoteira. – já estava me trocando.
Coloquei calça
jeans escura, blusa básica listrada branca e preta, cardigã cinza claro e lita
boot preta – meu único salto hehe.
- Você já foi
escoteira?
- Não! – pisquei
e sai rápido para o elevador.
Lá fora olhei para o céu
e pensei... “E agora?"
Ignorem algumas fotos do vídeo, pleaseee! Hehe






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