In the Dark of Night!
"Vou começar a ler o livro
As Vantagens de Ser Invisível :3 super ansiosa!"

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Capítulo 8: Vampiros


           

Abri os olhos, mas não pude ver nada, pois o lugar estava um breu.
“Por que em minha mente só havia tulipas brancas? Como vim parar aqui?”
- Vy?!
Eu conheço essa voz!
-Quem é você?! E como sabe meu apelido?! –perguntei exasperada. Nossa que pergunta besta.
- Vyollett, é o Jack! Você esta bem?! Por favor, diz que ele não fez nada com você!
Ah! Jack?!
- Ai Meu Deus! Onde estamos? Ele quem? Como viemos parar aqui? Cadê você?  Não estou te vendo! – estava quase chorando de desespero.
- Ora, ora. Quantas perguntas... Vy!
Virei-me rápido em direção a voz, quase fiquei sega com a claridade q vinha de fora. Pisquei algumas vezes para minha visão se acostumar.
- Naythan?! O que faz aqui?! – perguntei perplexa.




- Pergunta errada. - disse tranquilo. – A pergunta certa seria o que você esta fazendo aqui. Mas não se preocupe, irei respondê-la. – disse em tom irônico.
- O que você pretende com isso? Já não bastam as décadas de perseguição? – Jack parecia cansado.
Não ver o Jack esta me deixando preocupada, mas algo em minha mente diz que é melhor assim.
- Bem, como interrompeu-me querido irmão, vou direto ao ponto.
Estou com medo...
- Estenda a mão Vy. – Naythan parecia tão calmo e isso assustava-me mais, mesmo não conhecendo-o .
- Não! – da onde veio essa minha coragem?!
- Que garota desconfiada. - esse seu tom de voz esta me irritando. – Se não estender irei pega-la eu mesmo.
Respirei fundo, esperei alguns segundos, e estendi minha mão esquerda. Ele a segurou com força e tirou do bolso de trás de sua calça jeans preta, uma adaga com aspecto medieval.




Meu coração disparou, tentei soltar minha mão, mas ele a apertou. Meu peito subia e descia rapidamente.
Quando ele enterrou a adaga na palma de minha mão. Gritei desvencilhando-me de seus dedos. Lagrimas de dor escorriam pela minha face e caiam sob minha mão ensanguentada.
- Por que fez isso?! –disse em meio aos soluços.
Ouvi correntes se chocando uma nas outras. Virei-me para o fundo da caverna – ou sei lá o que era aquilo. Não pude ver nada, mas já sabia quem era: Jack!
Corri para o fundo da “caverna”, a escuridão dominou-me completamente.
- Jack, cadê você? - gritei.
- Não chegue perto! É isso que ele quer!
- Por favor, deixe eu te ajudar! - estava implorando.
- Não! Posso te matar.
Suas palavras atingiram-me de tal forma que parei imediatamente. Como assim?
- Vai embora. – ele precisava de mim de uma forma que não estava entendendo.
- Eu quero te ajudar, me...
- Vamos Jack! Libere seu eu verdadeiro! – Naythan gritou furioso.
- Para! Eu posso matá-la!
- Se isso acontecer, nós arrumamos outra. Elas nunca foram importantes para você, por que essa seria diferente?
Estou chocada, assustada, com medo e dor, muita dor.
- Isso é só... Diversão pra você...  Não é? – disse Jack ofegante.
- Não, é muito mais que isso. Vamos! Se não fizer, eu faço, mas não vai ser bom para ela.
Minhas pernas não se moviam, minha mente diz para sair correndo, mas meu coração... Mesmo assim dei alguns passos pra trás. Só senti as enormes mãos de Naythan agarrando meu cabelo e jogando-me contra o chão frio, um hálito doce invadiu minhas narinas, o reconheci de imediato.
- Se posso mesmo te ajudar, me diz o que tenho que fazer. – sussurrei.
- Mas poderia morrer.
- Confio em você, apesar desse seu segredo. – lágrimas escorriam.
- Tu-tudo bem... Estenda sua mão machucada, até sentir minha respiração.
Estiquei meu braço para o alto, sabia que sua respiração estava perto.
Sua língua roçou minha mão, a estendi um pouco mais e ele a lambeu. Então eu entendi! E isso deu-me mais medo, mas de uma forma estranha confiava em Jack, ao ponto de entregar-lhe meu pulso.
Parecia que agulhas estavam entrando, a mesma dor de meu sonho. Mordi o lábio inferior para conter o grito, mesmo assim alguns gemidos saíram. Estava perdendo os sentidos e meu corpo ficando mole, quando ele soltou meu pulso e eu cai... Estava fraca e meu corpo pesado, queria fechar os olhos e dormir eternamente, ouvi correntes se chocarem contra o chão e apaguei...

Um vampiro... Um vampiro... Um vampiro... Ele é um vampiro...

Minha cabeça doía, minha visão estava embasada, mãos gélidas agarravam-me com força...




- Ja-Jack... – minha voz não saia.
- Descanse meu anjo, vai ficar tudo bem. Já estamos chegando. – sua voz soava calma, mas no fundo preocupada.
Olhai para o alto e vi um céu cinza, com nuvens carregadas. Fechei meus olhos.


Abri os olhos lentamente, a claridade incomodou e eu pisquei algumas vezes. Reconheci a cortina que tamborilava com o vento que vinha da janela aberta, estava em meu quarto na pensão. Sentei na cama colocando a mão na cabeça, ela doía, mas meu pulso mais. Olhei para o lado e o vi.
Jack estava sentado como uma estátua, olhando além da janela.
- O que houve? – disse olhando meu pulso.
- Ainda dói? – ele estava distante.
- Um pouco.
- Tem que descansar, vou embora para você dormir. – já estava levantando.
- Não! Não vá! – meus olhos encheram de lágrima. – Estou assustada e não quero ficar sozinha.
Ele veio em direção a minha cama e sentou, colocou a mão sobre meu joelho afagando. Coloquei minha mão sobre a dele, ambas estavam gélidas.
- Você é mesmo o que minha mente esta gritando?
- O que ela esta gritando?
- Que eu devia ter medo e manter distancia, mas não é isso que meu coração... Vampiro...
Olhei em seus olhos, não precisava dizer mais nada.
- Meus Deus! Estou sem ar! – estava ofegando, meu pulmão iria explodir.
- Vy! Não desmaia, olha para mim!
Encolhi minhas pernas contra o peito. Por que isso? Isso não existe! Vou vomitar!
- Minha cabeça, dói! - disse meio aos gemidos.
Jack envolveu-me em um abraço apertado.
- É por isso que não posso ficar aqui, sempre vou te machucar, sempre vai correr perigo, vai estar sempre na incerteza de confiar ou não em mim. Não quero que passe por isso, quero que tenha uma adolescência tranquila, um... namorado romântico que te faça feliz. Uma vida normal.
- Mas e seu eu não quiser isso?
- Você não sabe o que diz!
- Sei o que quero. – disse convicta.
Ele riu e balançou a cabeça.
- Quando que você vai deixar de ser teimosa?
- Nunca. – disse com um sorriso nos lábios.
O afastei um pouco para olhar em seus olhos. Aproximei meu rosto ao seu, sentindo sua respiração, selei nossos lábios de forma delicada.
Jack agarrou minha nuca com força beijando-me com intensidade, enquanto afagava seu cabelo macio. Ele segurou minha cintura puxando-me mais para si, aconchegando-me em seu colo. Coloquei minhas mãos dentro de sua jaqueta de couro, senti seus músculos se movendo sob a fina blusa branca. Ele tirou a jaqueta com um sorriso malicioso nos lábios. Sua mão foi em direção minha camiseta. Parou de beijar-me e afastou o rosto um pouco.
- Posso? – sua respiração estava acelerada.
Fiz que sim lentamente com a cabeça, mordendo o lábio inferior.
Sua mão invadiu minha camiseta, subindo e descendo por minhas costas, arrepiando-me. Gemi prazerosamente. Queria que isso nunca acabasse essa sensação de segurança e prazer. Começou a dar selinhos em meu pescoço, estendi minha cabeça. Sua boca voltou-se novamente a minha, mordendo levemente. Minha respiração acelerou junto aos meus gemidos e ele sorriu.
Meu coração batia tão acelerado que parecia que iria explodir.
- Você vai ter um infarto. – disse se divertindo.
Comecei a rir, fazendo-o rir também. Quando paramos ainda fiquei em seu colo alguns minutos, ambos calados, rostos a alguns centímetros de distancia.
- Gosto estranhamente de você.  – vou ter um ataque cardíaco.
Jack puxou meu rosto e beijou minha testa. Meu coração martelava tão alto que era difícil ouvir seu riso baixo. Ele se afastou.
- Temia que dissesse isso...
- Eu também...
“Que diabos estava pensando para dizer uma besteira dessas?”
Cai de lado na cama e olhei pela janela. Uma lágrima traiçoeira caiu.
- Droga. – disse aos sussurros.
- Desculpe meu anjo, é só...
Ele deitou ao meu lado e acariciou meu rosto.

Desculpe por não ser parecido com meus personagens, mas achei essa imagem tão "Awwwwwn"
=^.^=
- Por que o que disse antes é verdade, mas resistir a você está sendo mais difícil do que imaginava. – sorriu.
- Oh! Não era minha intenção! – mordi meu lábio inferior. – Hum... Que horas são?
Jack colocou a mão embaixo do travesseiro e tirou meu celular.
- Uma e meia da tarde.
MEU SENHOR!!!
- A aula já acabou, o almoço já passou, o que faremos agora? – você n vai escapar das minhas perguntas.
- Posso te levar... Droga!
Nisso ouvi batidas de leve na porta.
- Vy, você esta ai? A porta esta trancada! – Miliett tentado ser discreta, difícil.
- Já vou!
Levantei e fui em direção a porta, quanto olhei para a cama ele já não estava mais lá. “Droga!” Fiz uma cara de “acabei de levantar” e abri a porta.
- Meu Deus! Onde tu se meteu?! Ficamos quase loucas de preocupação! Liguei umas quinhentas vezes no seu celular e só dava desligado! Você queria nos matar de susto?! –ela não respirou para falar isso tudo.
- Hey, calma! Tive uns problemas, não estava me sentindo bem, então fui para fora respirar, encontrei o clube de jardinagem... O clube de jardinagem! – estava me lembrando!
- Oi?
- Na-Nada... Então, fui até lá e acho que desmaiei, pois acordei aqui com a enfermeira da pensão. E daqui a pouco ela vai cobrar as visitas que faz para nós hehe. – ri nervosa.
- Poderia ter avisado depois que acordou! – disse fazendo beicinho.
- Awwwn amiga, desculpe! – a abracei apertado.
- Okay! Com esse abraço eu te perdoo!
- Linda! – disse piscando.


Ela terminou de entrar no quarto e sentou em sua cama.
- Vou me trocar e descer para comer algo. Okay? – precisava respirar.
- Quer que eu vá junto? – precisava despista-la.
- Não, esta tudo bem, prometo não demorar!
- Não confio no que esta me dizendo, mas tá.
- Prometo! Palavra de escoteira. – já estava me trocando.
Coloquei calça jeans escura, blusa básica listrada branca e preta, cardigã cinza claro e lita boot preta – meu único salto hehe.
- Você já foi escoteira?
- Não! – pisquei e sai rápido para o elevador.
Lá fora olhei para o céu e pensei... “E agora?"


Ignorem algumas fotos do vídeo, pleaseee! Hehe

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Um Pequeno Recado!




Estou aqui para dar um pequeno recado para vocês, meus leitores!

Por favor, preciso saber o PORQUÊ que esse blog ainda não tem nenhum seguidor, ou comentário!!!
O que tem de errado com ele? Vocês não gostam? Falta algo para ficar do agrado? Digam-me! Por favor!

Bem, é isso, se não gostaram saibam que também não gosto e fico muito triste toda vez que entro e vejo que nada mudou... Nunca falei nada, mas faço pesquisas sobre cada assunto, passo horas e horas procurando clipes e imagens, tudo para deixar mais interessante, para que cative...

:’(

Desculpem-me disse no início que seria pequeno!
Só peço para não me deixarem no vácuo...
Apesar de tudo eu AMO TODOS VOCÊS!!!

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Capítulo 7: Olhos vermelhos

"A dublagem está meio zoadinha, mas essa música é uma homenagem perfeita e também combina perfeitamente com o que quero expressar na história!"

Aproveitem!








Estava escuro e úmido, via Jack de um lado e olhos vermelhos do outro, que de uma forma se comunicavam comigo.
- Vyollett!!! –gritou Jack desesperado. – Olha para mim!!!
Não entendia o porquê daquele desespero, só sabia que tinha que seguir aqueles olhos. Olhos da cor de um rubi. Sentia-me bem olhando para eles... Cheguei mais perto com o intuito de tocá-los, só que os olhos viraram o Naythan. Ele agarrou meu pulso puxando-me para si, me prendendo em um abraço esmagador, comecei a debater-me e gritar para ser solta... Senti seus lábios tocarem meu pescoço, depois sua língua percorreu minha artéria. Tentei arranhá-lo, mas ele apertou meu pulso ainda mais me fazendo gritar de dor. “Jack me ajude...”, não saia som. Então senti uma ardência em meu pescoço. Naythan o havia perfurado e pareciam que agulhas estavam entrando, lagrimas de dor escorreram...
- Jack!!! –com minha ultima força gritei exasperada...

- Jack!!! –acordei lavada de suor, sem ar e lágrimas não paravam de escorrer pela minha face.
Assustei-me, pois estava em minha cama na pensão, mas a Miliett não estava na sua. Peguei meu celular em baixo do travesseiro para ver as horas...
- Meu Deus! Meu pulso! –estava roxo e muito dolorido.
Passei a mão em meu pescoço... Não havia nada, nem dor, nem marcas. Vi as horas, eram 19:00hr.
Será que tudo o que aconteceu não passou de um sonho? Ah! Ele iria encontrar o irmão agora.
Então decidi ligar para a Janis, para saber se ela tinha notícias da Miliett, procurei seu número em minha agenda telefônica, mas outro nome chamou minha atenção... Jack... Desde quando tenho seu número? Vou ligar! Rs.
- Este telefone encontra-se desligado ou fora da área de cobertura.
- Droga!
“Jack, preciso falar com você!”
De repente meu celular tocou, olhei para ver quem era... Jack! :DDDD
- Esta tudo bem? –perguntou preocupado.
- Sim, só tive mais um pesadelo... E preciso conversar sobre ele com você.
- Mil perdões, mas meu irmão está chegando. Pode ser mais tarde? –disse desconsertado.
- É claro! Espero que resolvam suas diferenças. Quando puder falar me liga... –se ele soubesse que sonhei com seu irmão.
- Não, vou fazer melhor! Irei ai te buscar e conversaremos o tempo que quiser. –disse empolgado.
- Te adoro! –uuuiii foi espontâneo.
- HahahaEu sei! Beijos.
- Não começa! –falei brava.
- Kkkkkk até. –ele estava zoando de mim, affs.
- Até. –disse emburrada.
Eh, não foi um sonho meu dia.
Levantei rápido e fui tomar banho, depois liguei para todas as garotas que estavam no refeitório jantando, queria contar o que houve para elas.

- Aaaaaaahhhh amiga que máximo!!! –gritou a Miliett, que havia voltado do hospital há algumas horas e mais enérgica.
- Vocês foram feitos um para o outro! –Misty como sempre romântica e fofa.
- Não está rápido de mais?! –soltou Amy, a mais realista do grupo.
- Fica quieta Amy! –kkkk a Miliett não gosta da sinceridade da Amy.
Assim elas começaram a discutir... Não demos bola, pois isso só estava começando rsrsrs.
- E como foi na casa dele? –perguntou Bonny.
Não sabia como começar, então contei as partes mais simples.
- Ele cozinhou para nós, enquanto eu me trocava no quarto da sua tia, depois tocou piano para mim. Uma melodia linda... Confesso que foi tudo perfeito.
A Janis abraçou-me apertado...
- Estou muito feliz por você! –disse com uma carinha meiga.
- Ah! Eu percebi o modo como você olha para o Evan! Estava empolgada em juntar os dois :P
- N-n-não, como assim? De-de-desde quando? –ela ficou toda vermelha *u*


A Mih e a Amy até param de discutir para escutar sua resposta.
- Amiga! Qual o problema em gostar dele?! –Misty perguntou indignada.
- Eu não gosto dele! –até parou de gaguejar kk’s.
- Tudo bem, mas quando decidir pode ser tarde de mais.
- Amy, não assusta a garota!!! –disse Bonny ameaçando-a com um travesseiro.
Nisso ambas escutamos duas batidas tímidas na porta.
- Affs, quem é essa hora? –disse Miliett se levantando para atender.
Quando ela a abriu nós arregalamos os olhos... Era Nathaniel!
- O que foi? –Miliett estava impaciente.

#chateada por não encontrar muitas imagens do Nath! 
- Preciso falar com a Misty, ela está? –uuuiii que finesa kakakaka.
- Oiee! –Misty levantou-se toda empolgada.
Miliett saiu da porta para dar passagem p ela.
Assim que a porta se fechou foram para trás dela ouvir a conversa hehehehe. Sem muito interesse no assunto fui até minha cama pegar meu celular, tinha uma chamada perdida do meu irmão. Decidi retornar, poderia ser importante.
No segundo toque ele atendeu.
- Oi maninha... –sua voz estava apreensiva.
- Oii tudo bem? Aconteceu algo?
- Bem, vou ser direto pra você não sofrer em vão!
- Como assim o que houve?! –quase gritei.
- O Dominik tentou se matar...
Fiquei pasma, encostei-me à parede e desci escorregando ate o chão, muitas lágrimas desciam pelo meu rosto caindo sobre minha perna. Fiquei sem ar, sem chão... Meu melhor amigo... Mas por quê?! – queria perguntar, mas minha voz não saia-, ouvia bem no fundo Sam me chamar... Minha visão ficou embasada... Identifiquei o cabelo branco de Janis, ela vinha em minha direção, depois não vi nem ouvi mais nada...



Abri meus olhos e tudo estava embasado, pisquei algumas vezes pra minha visão voltar ao normal, olhei para o lado esquerdo e vi: céu nublado, chuva, o rosto de Domi. Lágrimas quentes desciam novamente, comecei a me contorcer e gemer de dor, era uma dor terrível, mas não parecia física.
Alguém tocou meu ombro com delicadeza, virei-me bruscamente. Era Miliett, estava com a aparência cansada.
- Amiga, vai ficar tudo bem. Ele vai ficar bem, seu irmão ligou de novo e disse que hoje mesmo ele voltará para casa.
Levantei meu troco e a agarrei em um abraço apertado.
- O-Obrigada... –saiu aos sussurros.
- Não tem problema... Agora você precisa comer alguma coisa.
- Não estou com fome.
- Você nunca esta! Mas assim vai ficar doente, já viu sua cor? Parece que você tem anemia.
- O.K. Vou me trocar e desço.  Que horas são?
- Sete horas da manhã, você desmaiou, nós chamamos a Sora – moça da recepção-, e ela chamou a enfermeira, ela disse que ficaria tudo b em com você e que isso poderia durar algumas horas... Bem durou – ela contou nos dedos... Dez horas!
- Wow!
- não que ligar antes para seu irmão?
- Sim. –estava meio grogue.
Ela entregou-me meu celular, digitei o numero dele e esperei... A primeira ligação chamou ate cair, a segunda foi atendida no milésimo toque.
- Alô? Maninha? –ele estava com a voz sonolenta.
- Por favor, me diz que ele está bem! –estava quase chorando de novo.
- Sim ele já deve estar em casa, mas provavelmente os pais dele vão interna-lo.
- NÃO! ISSO NÃO! –fiquei desesperada, eles não podem fazer isso com o próprio filho!
Milliet olhou-me assustada. Sentei-me na cama tentado acalmar, mas parecia que meu coração iria explodir.
- Calma Vy! Nós podemos conversar com eles, vou falar com o papai – que faz de tudo por você-, e ele falara com o Sr. Owen.
- Já sei! Ele pode vir estudar aqui comigo! –ótima ideia!
- Posso sugerir, mas não garanto nada.
- O.K. Mas acho que vai dar certo, eles gostam de mim... Pelo menos acho que ainda gostam.
- Bem, já que me acordou vou falar com nosso pai agora. O.K.?
- O.K. –abri um enorme sorriso. – Agora tenho que me arrumar para ir à escola, beijos!
- Beijos e se cuida!
Esperei ele desligar. E fui para meu guarda roupas. Disse para a Miliett ir tomar café, pois demoraria, ele concordou. Em homenagem ao meu melhor amigo emo me vesti toda de preto e coloquei a camiseta do Black Veil Brides que ele me deu. Fiz uma maquiagem com delineador preto e muito rímel. Olhei-me no espelho e uma lágrima escorreu, passei a mão delicadamente sobre ela para seca-la.
“Espero ver o Jack, ele saberá como me aclamar.”
Sai do quarto e fui rapidamente para o elevador. Uma garota veio correndo pedindo para que eu segurasse a porta, então o fiz. Ela entrou e me agradeceu, tirando na mesma hora a franja dos olhos... Levei um susto!
“E-Esses olhos! Estão vermelhos!”
Não conseguia desviar o olhar.
- Esta tudo bem? –perguntou-me a garota apreensiva.
Nisso seus olhos voltaram ao normal.
- S-Sim, desculpe.
Ela deu um sorriso sem graça e apertou o botão T (térreo).
Saí rápido e fui direto para o refeitório encontrar as garotas.
“Uuuiii você esta louca Vyollett!”
Quando me viram seus olhos se arregalaram.
- Amiga, o que houve? –Bonny parecia preocupada.
- Bem, o Domi é Emo, então decidi homenageá-lo... –minha voz saiu fraca e aos sussurros.
- Tudo bem, agora vai pegar algo para comer se não vamos nos atrasar. –Misty disse da forma mais fofa possível.
Abri um sorriso e fui me servir de café puro e um pão de queijo. Tive e empurrar garganta a baixo o pão, esta totalmente sem apetite.
Indo para a escola, percebi olhares a toda hora, mas só conseguia olhar para baixo e meu pensamento não sai dele.
Quando chegamos meus olhos vasculharam o pátio procurando por Jack, só ele não estava lá. Fui até o estacionamento e seu carro também não estava lá.
“Ai meu Deus mais um não!”
Minha preocupação aumentou mais quando o sinal tocou e ele não apareceu. “Ele nunca chega atrasado!” “Deve ter acontecido algo!”.
Fui para sala de aula, pois já havia matado aula de mais.
Quase na porta avistei o Castiel encostado na parede, estava com fone de ouvido. Quando me viu encarou-me sério... Parei de andar imediatamente!
“Seus olhos também estão vermelhos!”
Fechei meus olhos bem apertados e os abri novamente... “Eles ainda esta vermelhos!”
Ele tirou os fones.
- Por que esta me encarando com essa cara! –disse impaciente vindo em minha direção.
Recuei alguns passos e corri para fora da escola, na escada trombei com alguém. Olhei para cima assustada e só pude ver outros olhos vermelhos. Recuei de novo alguns passos.
- Você esta bem? –perguntou o garoto... Ah! O garoto que acalmou Castiel, quando ele bateu no Seth.
- A-Acho que sim... Desculpe-me!
- Vyollett! –ouvi alguém gritar atrás de mim.
Virei rápido, e vi que era Castiel.
Seus olhos ainda estavam vermelhos.
Desci as escadas até ficar um pouco atrás do garoto de roupas vitorianas. Seus olhos não estavam mais vermelhos... “Mas por quê?”.
- Lysandre, ela não esta bem! –disse ele preocupado, vindo para mais perto de mim.
“Ele parece meu sonho!” “Sai correndo Vyollett, ele vai te fazer mal!”.
Que voz era essa? Será meu subconsciente, me avisando do perigo?
Então corri, corri em direção ao jardim entrando na estufa. Na entrada pude ver um garoto de cabelos verdes, avental e luvas regando um vaso de tulipas brancas.


- Oi, como posso ajudá-la? –seus olhos não estavam vermelhos.
Como não o respondi, perguntou de novo.
- Está tudo bem?
- Você deve ser a milésima pessoa a me perguntar isso hoje... –disse me encolhendo com o frio que exalava da estufa.
- Desculpe, mas você esta com uma cara de assustada aconteceu algo?
- Não, eu que estou ficando louca mesmo...
- Rsrsrs, nessa idade já louca? –disse em tom brincalhão.
- Por que nessa idade? Quantos anos você tem?
- Dezenove!
Que energia boa que ele tem, acho que vou ficar um pouco mais, até essa “loucura” passar.
- Posso ver essas tulipas? –apontei para as que ele regava.
- Sim, mas qual o seu nome mesmo?
- Vyollett.
- Jade. Ah! Então é você!
- Por acaso me conhece? –recuei um pouco.
- Não, já que esta faltando todos os dias do clube de jardinagem. –disse sério. – Sabia que isso conta como atividade extra? E vale nota!
- Ops! Desculpe, mas minha energia não anda muito boa pra lidar com plantas, sei que elas são muito sensíveis.
- Isso já é um começo! –ele abriu um sorriso.
Nossa estou me sentindo tão leve e calma que até esqueci... Domi!
- Ai meu Deus! –disse assustada.
- O que foi?
- Lembrei do meu amigo... –minha voz embargou.
- ...
- Ele... Tentou... Se matar ontem... –meus olhos arderam.
O garoto veio em minha direção e pegou minha mão.
- Nossa que tenso... Mas venha cuidar das tulipas, você se sentira melhor!
Fui em direção às tulipas, cheguei bem perto para cheirá-las. O aroma era doce e envolvente, minha visão foi ficando turva... Levantei de vagar e olhei para Jade, ele vinha em minha direção de vagar, tentei sair de perto, mas meu corpo estava pesado e lento.

Andei um pouco para trás e esbarrei em um vaso, desequilibrei e cai de costas, mas não senti nada... Só Jade me pagando no colo, tentei protestar, mas minha voz não saia, olhei para seus olhos... Estavam vermelho rubi... Tudo ficou silencioso e escuro.

Essa música é para expressar os sentimentos da Vyollett!

Obs: Achei o capítulo muito curto, por isso abusei de imagens e videos, espero que gostem! :3



terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capítulo 6: Desejos.


 

 

Jack ficou muito rígido, parecia um predador prestes a pular em sua presa...

- O que faz aqui?! –perguntou ríspido.

- Depois de tantos anos longe, é assim que você trata seu irmão mais velho?! –o garoto perguntou sarcástico.

O irmão do Jack?! Meu Deus! Tá isso é muito estranho. Até pelo jeito que eles estão conversando.
 

 

Ele tem os cabelos pintados de branco, é um pouco mais alto que o Jack, com uma tatuagem diferente no pescoço e... Um olhar de dar medo.

- Naythan! O que você quer?! –o Jack continua ríspido *0*

- Conhecer sua amiguinha. –disse em tom de brincadeira olhando para mim.

Jack me puxou para trás dele -estou começando a ficar assustada.

- Vá embora. Você não cansa disso? –Jack está muito estranho!

- Kkkkk, mas é claro que não! Fui muito bonzinho de uns anos para cá. –do que ele está falando?

- Naythan para! –Jack disse e apontou para mim com a cabeça.

- Ah! Claro, perdoe-me. Sou Naythan Whinter, irmão mais velho do Jack. –disse sorrindo.

Sai um pouco de trás do Jack.

- Sou Vyollett Foy. Prazer. –disse desconfiada.

- Encantado!

Dei um meio sorriso para tentar ser simpática.

- Temos que conversar mais tarde, pois vou entrar para a aula. Na minha casa ás 19:00h. –disse pra seu irmão. - Vamos? –para mim.

Assenti com a cabeça e o segui. Olhei para trás para ver se o Naythan ainda estava lá, mas levei um susto... Não havia ninguém!

- Jack! Espera! O que foi aquilo? –perguntei perplexa.

- Nunca me entendi com ele. –disse rápido.

Já estava quase correndo para alcançá-lo, estávamos dentro do colégio. Quando consegui pegar sua mão. Ele parou de andar no mesmo instante.

- Me conta o que houve! Você pode confiar... –mas é claro que poderia confiar.

- É muito complicado. –quase chorei por vê-lo falando tão cabisbaixo.

Soltei sua mão e o abracei por trás. O abraço que meu irmão sempre me deu quando estava triste. Ele segurou minhas mãos em seu peito, ficamos assim por alguns minutos, mas pareciam horas.

- Eh... Esta disposta a faltar o resto das aulas?

- Por você... Sim. –disse lentamente e quase sussurrando.

Ele segurou minha mão mais forte e se soltou de meu abraço, virou e ficou de frente para mim.

- Então, vem comigo. –disse me puxando para fora.

Estava andando muito rápido, e percebi que íamos em direção ao bosque do colégio. O que iríamos fazer lá?!

Um galho de folhas miúdas bateu em meu rosto, desequilibrando-me e fazendo-me cair. Jack parou imediatamente e virou-se para mim.

- Droga! Sujei minha roupa! –como vou voltar para a pensão agora?

- Rsrsrs... Machucou-se? –disse segurando o riso `:|

- Aff! Não. –disse brava.

Ele pegou minhas mãos e me ajudou a levantar. Peguei a manga de meu casaco e tentei limpar minha calça, mas sem sucesso, pois era lama. Quando olhei para meu coturno quase tive um infarto, estava todo sujo de lama.

Jack colocou o braço por cima dos meus ombros e eu agarrei sua cintura, em um meio abraço.

Fomos assim até chegarmos onde ele queria. O lugar tinha menos árvores e era mais iluminado, tirei seu braço de meu ombro e fui andando até o meio do que parecia ser uma campina. Percebi que um pouco mais a frente havia uma pequena elevação da terra e uma escada.

- Gostei daqui! –disse empolgada e virei-me para ele.

Então ele veio ao meu encontro, ficando a centímetros de mim. Sai de perto indo em direção à escada, ele me seguiu.

Pegou minha mão direita e começou a acariciá-la.

Uma lágrima minha caiu... Voltei-me para ele.

- Por que eu? –perguntei mais para mim mesma.

- Porque você é a mulher da minha vida... –nossa que clichê! Rs.

Fiquei espantada.

- Mas você só me conhece há alguns dias! Como pode dizer isso?

- Não posso te contar agora. –disse Jack.

- Por que não?

- É muito complicado.

- Isso de novo? O que é tão complicado para mim?

Jack se aproximou mais, soltou minha mão e puxou meu rosto me beijando. Meus lábios moldaram-se aos dele.


 
 
Seus lábios estavam tão gélidos, mas tão macios e gentis ao mesmo tempo.

Meus batimentos cardíacos aceleraram, pois o ritmo de nosso beijo aumentou. Jack envolveu minha cintura e me puxou para mais perto, senti nossos corpos se encaixando perfeitamente, nossa respiração ficar na sintonia ideal.

Jack pressionou minhas costas contra o corrimão da pequena escada, prendendo-me em si até eu não poder mais me mexer.

Então ele começou a realmente beijar-me, com delicadeza a principio. Depois longa, doce e ternamente, descendo pelo queixo e para o pescoço, fazendo-me gemer. Jack entrelaçou meu cabelo nos dedos... Aquilo estava ótimo, mas trouxe-me lembranças que estava tentando enterrar... Mas esse é o Jack! Não é o Jheremy! Uma lágrima quente escorreu pela minha bochecha -acho que estou de TPM, só pode, pois nunca chorei assim!

Finalmente, Jack voltou para meus lábios, beijando-me com intensidade -sugando meu lábio inferior para depois pressionar a língua macia pelos meus dentes. Eu sabia que poderia arrepender-me depois, mas no momento estava onde queria estar.

O vento gelado arrepiava minha pele, e uma sensação mágica jorrava em meu coração.

Ele se afastou e me encarou, depois olhou ao seu redor. Aspirou o ar bem forte e com um olhar sombrio, seu sorriso desapareceu.

- Temos que ir! –ele agarrou minha mão com delicadeza e me puxou, de novo tive correr para ficar ao seu lado.

- O que houve? –perguntei exasperada.

- Ele estava aqui... Como não percebi?! –disse mais para si mesmo.

- Naythan? Mas por que ele estaria aqui?... –de certa forma eu entendi o que ele estava falando.

- Acabou de começar a última aula, vou deixá-la em meu carro e pegar nosso material... Mas por favor, não saia de lá para nada. Ok?

- Ok...

Chegamos ao estacionamento do colégio, ele destravou o carro e abriu a porta do passageiro para mim, mas antes de ir me beijou novamente lentamente.

Entrei no carro, fechei a porta e o vi se distanciar em direção a entrada do colégio.

Sozinha, imagens do bosque pairavam em minha mente. Toquei meus lábios lentamente, eles pareciam um pouco inchados *//////*.

Lembrei-me de seu cheiro, um cheiro... Delicioso. Sua boca tinha um gosto doce, difícil de descrever. Um sorriso malicioso se formou em meu roto... Ele é alto, forte e...

Estava me observando... Aaaaaaah como ele entrou sem eu perceber?

Fiquei muito corada.

- Esta tudo bem? –cretino! Estava segurando o riso!

- Você por acaso é um fantasma? –perguntei em tom de brincadeira.

- Quase!

- Rsrsrs sei...

- O que estava pensando? –perguntou curioso.

Corei de novo... O que digo? A verdade? Não, não vou conseguir!!!

- O quanto estou ferrada... –por estar faltando tanta aula!

Ele deu um sorriso malicioso.

- Por quê? Esta se apaixonado por mim? –disse sorrindo.

Mostrei língua para ele kkk ;P.

- Assim vou cair em tentação de novo... –falou sussurrando em meu ouvido e acariciou meu pescoço.

- Jack...

- Shiii... –ele me interrompeu.

Beijou-me delicadamente, sua mão subia e descia em minha espinha, fazendo-me arrepiar e tremer de prazer. Começou a beijar meu pescoço explorando cada parte dele. Acariciei seu cabelo. Ele voltou para minha boca mordendo de leve meu lábio inferior.

Jack parou e se afastou com um sorriso enorme...

 
- Eh, você está se apaixonando por mim!

- Não começa! –disse sobressaltada.

- Kk’s tudo bem, quer ir para onde? –perguntou rindo.

- Para algum lugar onde você não fique me agarrando!

- Kkkk ok! Te levo de volta para a pensão.

Saímos do estacionamento e entramos na rua.

- Mas se eu chegar mais cedo que as outras garotas vão me perguntar o que aconteceu.

- Então vamos para minha casa, prometo não te “agarrar”. –disse sem me olhar. – E eu posso cozinhar para você!

Fomos conversando sobre minha vida em Miami, ele fazendo perguntas e eu respondendo-as. Logo chegamos a sua casa. Jack estacionou no fundo da casa, não na garagem.

Quando entramos percebi que ela era bem iluminada pela luz do dia, com enormes janelas, abertas –será que a Rosalina está em casa?

- Não se preocupe minha tia não está em casa. –disse como se tivesse lido meus pensamentos.

- Por que as janelas estão abertas? –perguntei curiosa.

- A casa seria estranha se não entrasse luz, já que passo muito tempo fora.

- Concordo! –comecei a rir.

- O que foi?

- Às vezes você me assusta falando assim! Pois isso não é comum para um garoto da sua idade. –disse sorrindo.

Ele atravessou a sala em praticamente um passo agarrando-me pela cintura...

- Não sou um garoto comum. –disse sussurrando em meu ouvido, fazendo-me arrepiar com seu hálito gélido.

- Você disse que não iria me agarrar. –falei soltando-me dele.

- Perdoe-me, não resisti. –disse irresistivelmente doce.

- Seu sadomasoquista, que gosta de me torturar!

- Que melodramática você. –disse de longe.

Então segui sua voz até encontrá-lo na cozinha... Grande e moderna, com uma só parede ao fundo pintada de preto, o chão de azulejos pretos e brancos, os armários de inox.

Sentei em um banco alto, de frente para um balcão com algumas taças e um pequeno vaso de flor.

Fiquei observando-o no fogão.

- Por que insiste em me fazer comer?

- Não quero te ver doente. –como sempre preocupado. - O quer comer?

- Hum... –em um instante olhei para fora, pela parede de vidro, vi olhos vermelhos. Não consegui desviar meu olhar deles, pois eram tão hipnotizantes.
 

 

- Vyollett! –Jack falou apreensivo, fazendo-me voltar de meu transe.

- O que aconteceu? –perguntei, e percebi que estava encostada na parede de vidro, Jack segurava meus ombros. – Por que estamos aqui?

Ele me abraçou de forma protetora encostado minha cabeça em seu peito.

- Você veio sozinha.

- Mas... Como se não me lembro?... –e de quem será aqueles olhos vermelhos? – E-eu vi olhos vermelhos na floresta...

- Vou cuidar disso. –disse sombrio.

Afastei-me para ver seu rosto.

- Por agora, não vamos nos preocupar com isso. –disse com um leve sorriso nos lábios.

- Sim. E o que quer comer?

- Confio em seu gosto.

Ele deu um sorriso de orelha a orelha.

- Então vou te levar ao quarto da Rosalina para pegar umas roupas limpas. Enquanto você se troca eu preparo o almoço.

Disse puxando-me escada acima. Entramos no quarto da Rosalina, onde estava tudo muito bem organizado, atravessamos o quarto em direção a uma porta de correr da cor da parede –branco neve. Ele a abriu e espantei-me com o tamanho do closet.

- Nossa, vai ser difícil. –disse pensando no trabalho que teria para achar as coisas.

Jack saiu do closet, quando voltou estava com um controle na mão, apertou um dos botões e todas as portas e gavetas se abriram.

- Fique à vontade. –e saiu.

Ela é do meu tamanho, mas tem mais busto que eu. E seu gosto com certeza é muito diferente do meu.

Acabei achando uma calça jeans preta, e como meu casaco também estava sujo peguei um sobretudo cinza claro, com uma grande gola franzida, ele dava um pouco acima de meus joelhos. Sai do closet e vi um banheiro no quarto. Lavei minhas mãos e penteei meu cabelo com os dedos, tirei do bolso da calça suja um elástico e o amarrei em um rabo de cavalo bem alto. Arrumei minha franja de lado para que não caísse nos olhos.

Pronta, desci as escadas quase correndo.

Cheguei à cozinha e vi Jack de costas cantarolando e mexendo em algo que cheirava a chocolate –huuuum kkk.

Ele se virou ainda cantarolando e se espantou.

- Se não fosse pela calça, diria que você é idêntica com uma pessoa que conheci há algum tempo.

Sorri.

- E qual é o nome dela? –perguntei curiosa.

- Bem, isso não vem ao caso... –desconversou. - Você é linda! Mas prefiro seu cabelo solto.

- O problema é que ele me atrapalha e estava um pouco embaraçado.

Jack se pôs a minha frente, passou a mão em meu cabelo e puxou o elástico que o prendia. Depois com as duas mãos, pegou algumas mechas e as colocou para frente, colocou atrás da orelha minha franja rebelde que já estava nos olhos.

Seu toque tão delicado deixava-me corada.

- Vem comer, onde prefere, aqui –apontou para o balcão- ou na sala de jantar?

- Prefiro aqui, pois eu gostei da vista. –sorri.

- Boa escolha!

Tirou as taças e as flores que decoravam o balcão de vidro, arrumou com dois pratos, duas taças... Igual a um restaurante elegante.

Depois pegou os pratos servindo de estrogonofe de frango, arroz e legumes ao vapor.

- Por favor, pouco para mim...

Ele me olhou sério.

- Jack! –quase supliquei.

- Vyollett! –me imitou.

- Aff, por favor. –fiz uma carinha fofa.

- Rs você sempre consegue tudo de mim assim... –mas é a primeira vez que fiz isso com ele! Estranho!

Comemos um ao lado do outro. Quando terminamos ele disse que queria me mostrar algo. O segui escada acima de novo, ele abriu uma porta branca com estilo retro. Entrei observando cada centímetro da enorme sala, era um pouco mais escura que o resto da casa, vários quadros nas paredes, castiçais nos quatro cantos com cinco velas. O chão liso e branco, fiquei com medo de sujar com meu coturno que ainda estava um pouco sujo de lama. Mais para o canto um piano de corda que parecia muito antigo. Jack que já estava sentado de frente para o piano em um banco dourado com almofada de veludo vermelho, me chamou para ir ficar ao seu lado. Fui a sua direção.

- Vou tocar algo melancólico... Acho que irá gostar. Sente-se e aproveite.

Olhei para trás e vi um sofá também dourado com almofadas em veludo vermelho. Sentei e ele começou a tocar.


 

Ouvi trovões e a chuva começou a cair.

Tenho a sensação de ter escutado essa melodia em algum lugar...

Claro! Meu primeiro sonho aqui. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, parecia saudade e estava provado para mim que saudade dói, só não sabia do que ou de quem...

Jack terminou de tocar e virou-se para mim, ao ver que eu chorava levantou rápido e se ajoelhou a minha frente. Acariciou meu rosto secando as lágrimas...

- Foi tão melancólico assim? –perguntou preocupado.

- Há quanto tempo nos conhecemos? –nossa que pergunta!

- Por que essa pergunta?

- Não, é que parece que te conheço há anos. Eu sonhei com você ates de te conhecer, e não foi só aqui, desde criança sonho com alguém que não via o rosto só ouvia voz, até ouvir sua voz pela primeira vez e descobrir que ela é idêntica com a dos meus sonhos. –dei uma pausa, pois minha voz estava ficando embargada.

Jack se levantou e sentou-se ao meu lado, segurou minha cabeça e a beijou afagando meu cabelo...

- Se desarma um pouco e deixa-me cuidar de você. –pediu gentilmente.

Assenti. Então deitei a cabeça em seu colo, mais lágrimas rolaram, ele desembaraçava meu cabelo com os dedos e cantarolava a melodia que ouvi na cozinha...

Ficamos assim até eu adormecer...



 
Acredito que essa música combinou perfeitamente com o que quis expressar nesse capítulo =3