In the Dark of Night!
"Vou começar a ler o livro
As Vantagens de Ser Invisível :3 super ansiosa!"

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Capítulo 6: Desejos.


 

 

Jack ficou muito rígido, parecia um predador prestes a pular em sua presa...

- O que faz aqui?! –perguntou ríspido.

- Depois de tantos anos longe, é assim que você trata seu irmão mais velho?! –o garoto perguntou sarcástico.

O irmão do Jack?! Meu Deus! Tá isso é muito estranho. Até pelo jeito que eles estão conversando.
 

 

Ele tem os cabelos pintados de branco, é um pouco mais alto que o Jack, com uma tatuagem diferente no pescoço e... Um olhar de dar medo.

- Naythan! O que você quer?! –o Jack continua ríspido *0*

- Conhecer sua amiguinha. –disse em tom de brincadeira olhando para mim.

Jack me puxou para trás dele -estou começando a ficar assustada.

- Vá embora. Você não cansa disso? –Jack está muito estranho!

- Kkkkk, mas é claro que não! Fui muito bonzinho de uns anos para cá. –do que ele está falando?

- Naythan para! –Jack disse e apontou para mim com a cabeça.

- Ah! Claro, perdoe-me. Sou Naythan Whinter, irmão mais velho do Jack. –disse sorrindo.

Sai um pouco de trás do Jack.

- Sou Vyollett Foy. Prazer. –disse desconfiada.

- Encantado!

Dei um meio sorriso para tentar ser simpática.

- Temos que conversar mais tarde, pois vou entrar para a aula. Na minha casa ás 19:00h. –disse pra seu irmão. - Vamos? –para mim.

Assenti com a cabeça e o segui. Olhei para trás para ver se o Naythan ainda estava lá, mas levei um susto... Não havia ninguém!

- Jack! Espera! O que foi aquilo? –perguntei perplexa.

- Nunca me entendi com ele. –disse rápido.

Já estava quase correndo para alcançá-lo, estávamos dentro do colégio. Quando consegui pegar sua mão. Ele parou de andar no mesmo instante.

- Me conta o que houve! Você pode confiar... –mas é claro que poderia confiar.

- É muito complicado. –quase chorei por vê-lo falando tão cabisbaixo.

Soltei sua mão e o abracei por trás. O abraço que meu irmão sempre me deu quando estava triste. Ele segurou minhas mãos em seu peito, ficamos assim por alguns minutos, mas pareciam horas.

- Eh... Esta disposta a faltar o resto das aulas?

- Por você... Sim. –disse lentamente e quase sussurrando.

Ele segurou minha mão mais forte e se soltou de meu abraço, virou e ficou de frente para mim.

- Então, vem comigo. –disse me puxando para fora.

Estava andando muito rápido, e percebi que íamos em direção ao bosque do colégio. O que iríamos fazer lá?!

Um galho de folhas miúdas bateu em meu rosto, desequilibrando-me e fazendo-me cair. Jack parou imediatamente e virou-se para mim.

- Droga! Sujei minha roupa! –como vou voltar para a pensão agora?

- Rsrsrs... Machucou-se? –disse segurando o riso `:|

- Aff! Não. –disse brava.

Ele pegou minhas mãos e me ajudou a levantar. Peguei a manga de meu casaco e tentei limpar minha calça, mas sem sucesso, pois era lama. Quando olhei para meu coturno quase tive um infarto, estava todo sujo de lama.

Jack colocou o braço por cima dos meus ombros e eu agarrei sua cintura, em um meio abraço.

Fomos assim até chegarmos onde ele queria. O lugar tinha menos árvores e era mais iluminado, tirei seu braço de meu ombro e fui andando até o meio do que parecia ser uma campina. Percebi que um pouco mais a frente havia uma pequena elevação da terra e uma escada.

- Gostei daqui! –disse empolgada e virei-me para ele.

Então ele veio ao meu encontro, ficando a centímetros de mim. Sai de perto indo em direção à escada, ele me seguiu.

Pegou minha mão direita e começou a acariciá-la.

Uma lágrima minha caiu... Voltei-me para ele.

- Por que eu? –perguntei mais para mim mesma.

- Porque você é a mulher da minha vida... –nossa que clichê! Rs.

Fiquei espantada.

- Mas você só me conhece há alguns dias! Como pode dizer isso?

- Não posso te contar agora. –disse Jack.

- Por que não?

- É muito complicado.

- Isso de novo? O que é tão complicado para mim?

Jack se aproximou mais, soltou minha mão e puxou meu rosto me beijando. Meus lábios moldaram-se aos dele.


 
 
Seus lábios estavam tão gélidos, mas tão macios e gentis ao mesmo tempo.

Meus batimentos cardíacos aceleraram, pois o ritmo de nosso beijo aumentou. Jack envolveu minha cintura e me puxou para mais perto, senti nossos corpos se encaixando perfeitamente, nossa respiração ficar na sintonia ideal.

Jack pressionou minhas costas contra o corrimão da pequena escada, prendendo-me em si até eu não poder mais me mexer.

Então ele começou a realmente beijar-me, com delicadeza a principio. Depois longa, doce e ternamente, descendo pelo queixo e para o pescoço, fazendo-me gemer. Jack entrelaçou meu cabelo nos dedos... Aquilo estava ótimo, mas trouxe-me lembranças que estava tentando enterrar... Mas esse é o Jack! Não é o Jheremy! Uma lágrima quente escorreu pela minha bochecha -acho que estou de TPM, só pode, pois nunca chorei assim!

Finalmente, Jack voltou para meus lábios, beijando-me com intensidade -sugando meu lábio inferior para depois pressionar a língua macia pelos meus dentes. Eu sabia que poderia arrepender-me depois, mas no momento estava onde queria estar.

O vento gelado arrepiava minha pele, e uma sensação mágica jorrava em meu coração.

Ele se afastou e me encarou, depois olhou ao seu redor. Aspirou o ar bem forte e com um olhar sombrio, seu sorriso desapareceu.

- Temos que ir! –ele agarrou minha mão com delicadeza e me puxou, de novo tive correr para ficar ao seu lado.

- O que houve? –perguntei exasperada.

- Ele estava aqui... Como não percebi?! –disse mais para si mesmo.

- Naythan? Mas por que ele estaria aqui?... –de certa forma eu entendi o que ele estava falando.

- Acabou de começar a última aula, vou deixá-la em meu carro e pegar nosso material... Mas por favor, não saia de lá para nada. Ok?

- Ok...

Chegamos ao estacionamento do colégio, ele destravou o carro e abriu a porta do passageiro para mim, mas antes de ir me beijou novamente lentamente.

Entrei no carro, fechei a porta e o vi se distanciar em direção a entrada do colégio.

Sozinha, imagens do bosque pairavam em minha mente. Toquei meus lábios lentamente, eles pareciam um pouco inchados *//////*.

Lembrei-me de seu cheiro, um cheiro... Delicioso. Sua boca tinha um gosto doce, difícil de descrever. Um sorriso malicioso se formou em meu roto... Ele é alto, forte e...

Estava me observando... Aaaaaaah como ele entrou sem eu perceber?

Fiquei muito corada.

- Esta tudo bem? –cretino! Estava segurando o riso!

- Você por acaso é um fantasma? –perguntei em tom de brincadeira.

- Quase!

- Rsrsrs sei...

- O que estava pensando? –perguntou curioso.

Corei de novo... O que digo? A verdade? Não, não vou conseguir!!!

- O quanto estou ferrada... –por estar faltando tanta aula!

Ele deu um sorriso malicioso.

- Por quê? Esta se apaixonado por mim? –disse sorrindo.

Mostrei língua para ele kkk ;P.

- Assim vou cair em tentação de novo... –falou sussurrando em meu ouvido e acariciou meu pescoço.

- Jack...

- Shiii... –ele me interrompeu.

Beijou-me delicadamente, sua mão subia e descia em minha espinha, fazendo-me arrepiar e tremer de prazer. Começou a beijar meu pescoço explorando cada parte dele. Acariciei seu cabelo. Ele voltou para minha boca mordendo de leve meu lábio inferior.

Jack parou e se afastou com um sorriso enorme...

 
- Eh, você está se apaixonando por mim!

- Não começa! –disse sobressaltada.

- Kk’s tudo bem, quer ir para onde? –perguntou rindo.

- Para algum lugar onde você não fique me agarrando!

- Kkkk ok! Te levo de volta para a pensão.

Saímos do estacionamento e entramos na rua.

- Mas se eu chegar mais cedo que as outras garotas vão me perguntar o que aconteceu.

- Então vamos para minha casa, prometo não te “agarrar”. –disse sem me olhar. – E eu posso cozinhar para você!

Fomos conversando sobre minha vida em Miami, ele fazendo perguntas e eu respondendo-as. Logo chegamos a sua casa. Jack estacionou no fundo da casa, não na garagem.

Quando entramos percebi que ela era bem iluminada pela luz do dia, com enormes janelas, abertas –será que a Rosalina está em casa?

- Não se preocupe minha tia não está em casa. –disse como se tivesse lido meus pensamentos.

- Por que as janelas estão abertas? –perguntei curiosa.

- A casa seria estranha se não entrasse luz, já que passo muito tempo fora.

- Concordo! –comecei a rir.

- O que foi?

- Às vezes você me assusta falando assim! Pois isso não é comum para um garoto da sua idade. –disse sorrindo.

Ele atravessou a sala em praticamente um passo agarrando-me pela cintura...

- Não sou um garoto comum. –disse sussurrando em meu ouvido, fazendo-me arrepiar com seu hálito gélido.

- Você disse que não iria me agarrar. –falei soltando-me dele.

- Perdoe-me, não resisti. –disse irresistivelmente doce.

- Seu sadomasoquista, que gosta de me torturar!

- Que melodramática você. –disse de longe.

Então segui sua voz até encontrá-lo na cozinha... Grande e moderna, com uma só parede ao fundo pintada de preto, o chão de azulejos pretos e brancos, os armários de inox.

Sentei em um banco alto, de frente para um balcão com algumas taças e um pequeno vaso de flor.

Fiquei observando-o no fogão.

- Por que insiste em me fazer comer?

- Não quero te ver doente. –como sempre preocupado. - O quer comer?

- Hum... –em um instante olhei para fora, pela parede de vidro, vi olhos vermelhos. Não consegui desviar meu olhar deles, pois eram tão hipnotizantes.
 

 

- Vyollett! –Jack falou apreensivo, fazendo-me voltar de meu transe.

- O que aconteceu? –perguntei, e percebi que estava encostada na parede de vidro, Jack segurava meus ombros. – Por que estamos aqui?

Ele me abraçou de forma protetora encostado minha cabeça em seu peito.

- Você veio sozinha.

- Mas... Como se não me lembro?... –e de quem será aqueles olhos vermelhos? – E-eu vi olhos vermelhos na floresta...

- Vou cuidar disso. –disse sombrio.

Afastei-me para ver seu rosto.

- Por agora, não vamos nos preocupar com isso. –disse com um leve sorriso nos lábios.

- Sim. E o que quer comer?

- Confio em seu gosto.

Ele deu um sorriso de orelha a orelha.

- Então vou te levar ao quarto da Rosalina para pegar umas roupas limpas. Enquanto você se troca eu preparo o almoço.

Disse puxando-me escada acima. Entramos no quarto da Rosalina, onde estava tudo muito bem organizado, atravessamos o quarto em direção a uma porta de correr da cor da parede –branco neve. Ele a abriu e espantei-me com o tamanho do closet.

- Nossa, vai ser difícil. –disse pensando no trabalho que teria para achar as coisas.

Jack saiu do closet, quando voltou estava com um controle na mão, apertou um dos botões e todas as portas e gavetas se abriram.

- Fique à vontade. –e saiu.

Ela é do meu tamanho, mas tem mais busto que eu. E seu gosto com certeza é muito diferente do meu.

Acabei achando uma calça jeans preta, e como meu casaco também estava sujo peguei um sobretudo cinza claro, com uma grande gola franzida, ele dava um pouco acima de meus joelhos. Sai do closet e vi um banheiro no quarto. Lavei minhas mãos e penteei meu cabelo com os dedos, tirei do bolso da calça suja um elástico e o amarrei em um rabo de cavalo bem alto. Arrumei minha franja de lado para que não caísse nos olhos.

Pronta, desci as escadas quase correndo.

Cheguei à cozinha e vi Jack de costas cantarolando e mexendo em algo que cheirava a chocolate –huuuum kkk.

Ele se virou ainda cantarolando e se espantou.

- Se não fosse pela calça, diria que você é idêntica com uma pessoa que conheci há algum tempo.

Sorri.

- E qual é o nome dela? –perguntei curiosa.

- Bem, isso não vem ao caso... –desconversou. - Você é linda! Mas prefiro seu cabelo solto.

- O problema é que ele me atrapalha e estava um pouco embaraçado.

Jack se pôs a minha frente, passou a mão em meu cabelo e puxou o elástico que o prendia. Depois com as duas mãos, pegou algumas mechas e as colocou para frente, colocou atrás da orelha minha franja rebelde que já estava nos olhos.

Seu toque tão delicado deixava-me corada.

- Vem comer, onde prefere, aqui –apontou para o balcão- ou na sala de jantar?

- Prefiro aqui, pois eu gostei da vista. –sorri.

- Boa escolha!

Tirou as taças e as flores que decoravam o balcão de vidro, arrumou com dois pratos, duas taças... Igual a um restaurante elegante.

Depois pegou os pratos servindo de estrogonofe de frango, arroz e legumes ao vapor.

- Por favor, pouco para mim...

Ele me olhou sério.

- Jack! –quase supliquei.

- Vyollett! –me imitou.

- Aff, por favor. –fiz uma carinha fofa.

- Rs você sempre consegue tudo de mim assim... –mas é a primeira vez que fiz isso com ele! Estranho!

Comemos um ao lado do outro. Quando terminamos ele disse que queria me mostrar algo. O segui escada acima de novo, ele abriu uma porta branca com estilo retro. Entrei observando cada centímetro da enorme sala, era um pouco mais escura que o resto da casa, vários quadros nas paredes, castiçais nos quatro cantos com cinco velas. O chão liso e branco, fiquei com medo de sujar com meu coturno que ainda estava um pouco sujo de lama. Mais para o canto um piano de corda que parecia muito antigo. Jack que já estava sentado de frente para o piano em um banco dourado com almofada de veludo vermelho, me chamou para ir ficar ao seu lado. Fui a sua direção.

- Vou tocar algo melancólico... Acho que irá gostar. Sente-se e aproveite.

Olhei para trás e vi um sofá também dourado com almofadas em veludo vermelho. Sentei e ele começou a tocar.


 

Ouvi trovões e a chuva começou a cair.

Tenho a sensação de ter escutado essa melodia em algum lugar...

Claro! Meu primeiro sonho aqui. Lágrimas escorreram pelo meu rosto, parecia saudade e estava provado para mim que saudade dói, só não sabia do que ou de quem...

Jack terminou de tocar e virou-se para mim, ao ver que eu chorava levantou rápido e se ajoelhou a minha frente. Acariciou meu rosto secando as lágrimas...

- Foi tão melancólico assim? –perguntou preocupado.

- Há quanto tempo nos conhecemos? –nossa que pergunta!

- Por que essa pergunta?

- Não, é que parece que te conheço há anos. Eu sonhei com você ates de te conhecer, e não foi só aqui, desde criança sonho com alguém que não via o rosto só ouvia voz, até ouvir sua voz pela primeira vez e descobrir que ela é idêntica com a dos meus sonhos. –dei uma pausa, pois minha voz estava ficando embargada.

Jack se levantou e sentou-se ao meu lado, segurou minha cabeça e a beijou afagando meu cabelo...

- Se desarma um pouco e deixa-me cuidar de você. –pediu gentilmente.

Assenti. Então deitei a cabeça em seu colo, mais lágrimas rolaram, ele desembaraçava meu cabelo com os dedos e cantarolava a melodia que ouvi na cozinha...

Ficamos assim até eu adormecer...



 
Acredito que essa música combinou perfeitamente com o que quis expressar nesse capítulo =3